Aqueles
que experimentaram a vida nova que há em Cristo desejam ardentemente que todos
a sua volta experimentem também esta água viva e se convertam, sintam seus
corações se abrasarem de amor e sejam tementes a Deus. Mas, enquanto estivermos
caminhando nesta terra, seremos pecadores e, até nas mais belas intenções que
carregamos em nossos corações, há vaidade. Somos corrompidos e pecadores e por
pouca coisa nos enchemos de vaidade. Por isso, devemos olhar com atenção o que
o Senhor nos ensina e o que nos pede.
Em
primeiro lugar, devemos renunciar ao desejo de converter nosso irmão, seja ele
o marido, a esposa, o filho, o cunhado ou o vizinho. Lembremos que a conversão só
acontece com liberdade. O Senhor tem poder para transformar todos os corações,
mas não quis obrigar-nos a adorá-Lo. Quem somos nós, portanto, para obrigar
alguém a ir à igreja, rezar o santo terço ou fazer qualquer prática religiosa?
Muito pelo contrário. O Senhor disse aos discípulos que sacudissem a poeira e
deixassem os povos que não aceitassem Cristo. Também nos disse que não déssemos
aos cães as coisas santas, nem atirássemos nossas pérolas aos porcos (Mt 7, 6),
o que seria, exatamente, obrigar alguém a ouvir a Palavra de Deus ou ir à
missa. Depois de adultos, temos liberdade para fazer as nossas escolhas e cada um
responderá pelas escolhas que fez neste mundo. Não podemos e nem devemos querer
carregar todos no colo para a igreja. Seu marido, sua esposa, seus pais, irmãos
ou até mesmo seu filho (quando adulto) deverá assumir o controle da sua vida e
escolher servir a Deus ou ao dinheiro. É verdade que todos tem o direito de
conhecer a Verdade de Cristo, mas se sua família já foi apresentada ao
cristianismo e recusou, não há mais o que fazer. Portanto, não queira converter
quem quer que seja.
Quando
desejamos muito que alguém se converta, fazemos coisas que somente o afastam de
Deus. Desejamos nos tornar exemplos para tal pessoa, para que ela veja a
maravilha que é ser de Deus olhando para nós. Quanta vaidade! E quanta
cegueira! É mais fácil que a pessoa desista de Cristo se prestar muita atenção
em mim ou em você, vendo tantas faltas em nós. Passamos a rezar na frente da
pessoa para que ela veja que rezamos, quando Cristo nos mandou que trancássemos
a porta do nosso quarto quando fôssemos rezar. Colocamos programas católicos na
tv e aumentamos o volume para que as palavras ali ditas possam tocar o coração
daquela pessoa. Quanta miséria! Como quereis “tirar o cisco do olho do irmão se
tens uma trave no teu? Hipócrita!” (Mt 7, 4s). É preciso limpar nosso coração
de toda pretensão! Não somos nós que iremos converter nosso irmão, mas o Senhor
Jesus Cristo. Cuidemos, portanto, da nossa conversão, abramos os nossos ouvidos
para tal pregação e imploremos a misericórdia de Deus pelos nossos pecados.
Se
sou casada, devo agradar o meu marido ou a minha esposa. Então, vejamos: agrado
mais ao meu marido me trancando no quarto para rezar a noite toda ou ficando ao
seu lado para assistir um programa juntos na tv? Agrado mais o meu marido me
interessando pelo que ele quer assistir ou obrigando-o a assistir o programa
católico na tv? Agrado mais o meu marido indo à missa sem o seu consentimento
ou pedindo humildemente sua permissão para ir à missa? Seu o seu marido percebe
que você ama mais a igreja do que a família de vocês, ele vai sentir ciúmes da
igreja e odiar cada vez mais as coisas de Deus. E Deus não quer ser motivo de
intriga na sua família. Se você não está cumprindo suas obrigações em casa por
conta dos compromissos na igreja ou das orações, as coisas não vão bem! Toda a
sua oração deve levar você a servir com maior perfeição os seus irmãos,
cumprindo com responsabilidade suas obrigações, seja em casa, seja no trabalho.
Então,
o que fazer? Nada? Apesar da nossa vontade estar sempre contaminada com as
vaidades deste mundo, nosso desejo de que a pessoa se converta é sincero.
Então, ouçamos com atenção o que o Senhor quer de nós: “Fazei aos outros tudo
aquilo que quereis que eles vos façam” (Mt 7,12). Você não precisa tentar
convencer seu marido ou outra pessoa que ela deve seguir o caminho de Deus, mas
apenas amá-la! É pelo amor, pela submissão, pela humildade e pelo serviço que
as pessoas se convertem. Não foi assim com você? Você também, um dia, não
desejou entender essa loucura de Cristo, que faz pessoas largarem tudo para
sofrer, amar e cuidar dos irmãos? Este é o único caminho que poderá fazer
alguém desejar ser de Cristo. Mas até nisso devemos nos cuidar. Não podemos
amar nosso marido para que ele se converta! O amor é desinteressado, não
procura seus próprios interesses. Devemos, portanto, desejar agradar o nosso
marido e a ele nos submeter como se fosse o nosso senhor aqui na terra, por
amor ao Senhor Jesus Cristo! Ou você acha que poderá amar o seu marido até o
fim, tudo suportar e sofrer se não for por amor a Cristo? Para amar o seu
marido, seus filhos, seus pais ou qualquer um, você precisará, necessariamente
amar a Deus sobre todas as coisas. Você precisará rezar muito, receber a força
dos sacramentos e se manter firme na fé. Mas, lembre-se, a conversão do seu
marido será sempre uma escolha dele e não sua. Ele é livre para tomar sua
própria decisão: assim Deus fez e assim Deus quer. Respeitemos a sua liberdade
e amemos como o Senhor nos amou.
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