"Confiai-lhe todas as vossas
preocupações, porque ele tem cuidado de vós. SEDE SÓBRIOS E VIGIAI. Vosso
adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a
quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que
estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós. (IPedro 5,7-9)
Por que alguém recorre ao uso de
antidepressivos? Em resumo, porque não consegue encarar sua própria realidade.
Não suporta mais carregar o peso de suas preocupações e o medo lhe sufoca e esmaga.
Ele busca, desesperadamente, um alívio para sua alma, que sofre. Esta tortura
psicológica já se manifesta em sinais no seu corpo, que já apresenta
dificuldades para dormir e comer. Sente tremores e seu coração dispara.
Cristo também passou por isso e
todos nós passamos. Medo, tristeza e angústia são sentimentos próprios desta
vida. No Horto das Oliveiras, Seu sofrimento era tanto pelo medo do que estaria
por vir, que seu corpo suou sangue. O próprio Cristo, o Deus encarnado,
experimentou o medo, a tristeza, a angústia e a agonia.
A vida é dura! Sofremos com a
nossa realidade miserável, com as injustiças e com as nossas próprias culpas.
Sabemos melhor do que ninguém quem somos verdadeiramente e o Inimigo não perde
a oportunidade de jogar na nossa cara todas as nossas faltas nos momentos em
que já estamos fragilizados. E, para sair deste pesadelo e poder tomar um
fôlego de coragem, podemos buscar este alívio nos vícios: álcool, drogas,
comida, compras, jogos, celular ou antidepressivos. Sim! Ouso colocar os
antidepressivos na mesma lista do álcool e das drogas! Para mim, não há
diferença alguma. A motivação para se buscar o álcool, as drogas ou os antidepressivos
é exatamente a mesma: o indivíduo deseja, desesperadamente, esquecer os seus
problemas e perder o medo. E era exatamente isto que Jesus buscava no
Getsêmani: esquecer seus problemas e perder o medo. Ele sabia o que estava por
vir e sabia que havia chegado a sua hora! E como Cristo lidou com esta
realidade?
1.
ORAÇÃO
Quando seu
coração ficou apertado, ele recorreu a oração. Foi pedir a ajuda do alto e
recebeu a força do Espírito Santo. Ele até mesmo pediu ao Seu Pai que o
livrasse daquele sofrimento porque sentiu que não seria capaz de suportar, mas
entregou-se confiante nas mãos do Pai, aceitando a Sua vontade. E, ao aceitar a
vontade do Pai, recebeu a força sobrenatural dos Céus para encarar a sua
realidade.
2.
JEJUM
No momento
em que experimentava o sofrimento psicológico por pensar no que estaria por
vir, seu corpo também experimentou o sofrimento físico causado pela angústia.
Até suou sangue... provavelmente perdeu o apetite, o sono e sentiu a sua carne
tremer de medo. Cristo sabia que esta hora iria chegar e se preparou para este
momento através do jejum. O jejum e a penitência são uma espécie de treinamento
para enfrentarmos estes momentos da vida. É imputar a nós mesmos,
periodicamente, um incômodo que nos deixará desconfortáveis e irritados, talvez
com dor de cabeça, tremores ou medo de passar mal e prejudicar a saúde. É
aprender a esperar pacientemente na dor e comemorar a vitória de ter suportado.
O jejum nos fortalece porque percebemos que somos capazes de suportar aquilo
que achávamos que não suportaríamos. É um exercício de fortalecimento da alma e
subordinação do corpo ao espírito. Quem não fizer este treinamento ao longo da
vida não suportará esperar até que a tempestade passe e, inevitavelmente,
recorrerá às soluções práticas deste mundo.
Se é
pecado fazer uso destes medicamentos, eu não sei. Por serem tratados no âmbito da medicina problemas
que, na verdade, vem da alma, o paciente se vê como doente e, talvez tenha
culpa menor por sua ignorância. Mas São Pedro disse “Sede sóbrios!” e eu não
vejo sobriedade em quem faz uso destes medicamentos. Ficam como que dormentes,
lesados, entorpecidos, verdadeiros zumbis: tudo aceitam, tudo acham bonito. E o que vejo é uma sociedade
adormecida e escravizada por fazer uso destas drogas. Somente a força do Alto é
capaz de nos encorajar, fortalecer e, ao mesmo tempo, nos libertar. Todas as
outras alternativas nos escravizam no vício, nos tornam fracos e esmagam a
nossa alma dando alívio ao corpo. Pois o Senhor não nos ensinou justamente o
contrário? Imputar dores ao corpo para que a alma domine sobre ele? Como que um
remédio que faz o contrário disso pode ser bom, aliviando as dores do corpo e
esmagando a alma? Sim, porque logo após o uso dos medicamentos, o Inimigo se
apressa a soprar nos seus ouvidos que você é um fraco, um derrotado que precisa
de remédios para viver, que não suporta seus próprios problemas e sua própria
vida.
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