Imagine que
você tenha ido passar o fim de semana com alguns amigos e decidem jogar bola.
Provavelmente vocês terão um tempo agradável juntos e bastante diversão no
futebol. Agora, imagine que você tenha montado um time de futebol com seus
amigos para disputar um campeonato. Neste caso vocês terão de se organizar,
confeccionar um uniforme, dar nome ao time, montar uma estratégia e treinar. Se
vocês ganharem o campeonato, experimentarão um prazer relacionado a vitória, a
conquista de algo importante, a recompensa pelo esforço. Já não se trata
simplesmente do momento vivido, mas de um contexto, uma história, um
sentimento.
Imagine agora
que esteja chegando a hora do jantar e a barriga começa a roncar. Você pede uma
pizza e curte este momento com a sua família. Mas, em outra ocasião, pode ser
que você tenha se prontificado para ser o chef da casa e fazer a pizza do
sábado! Você trocou a comodidade de ficar esticado no sofá pela
responsabilidade de fazer o jantar da família. E isto implica em comprar os
ingredientes e se dedicar por um tempo para preparar com muito carinho o
jantar. E quando a pizza sair do forno você poderá apreciar o resultado do seu
trabalho e seu coração experimentará uma alegria diferente daquela vivida na
situação anterior. O delicioso sabor da pizza vai se misturar à alegria de ter
realizado algo bom!
E eu não
quero, com estas comparações, desmerecer os bons momentos vividos em uma pelada
com os amigos ou da pizza em família, seja ela feita em casa ou comprada. Todos
eles são bons momentos e nos trazem prazer. Mas são formas diferentes de
prazer: uma está relacionada unicamente com os sentidos, enquanto a outra tem
relação com a alma. Esta alegria que nasce do sacrifício não pode ser alcançada
quando se busca o prazer. Se a sua meta é o prazer e a satisfação, rapidamente
você perceberá que não será possível ganhar o campeonato pois, para isto você
precisará treinar com ou sem vontade. Se começar a faltar aos treinos,
certamente prejudicará o time. No caso da pizza, se você não estiver
verdadeiramente comprometido, facilmente desistirá da proposta de ser o chef da
noite caso esteja de mal humor ou com preguiça. Para experimentar esta alegria
você terá que submeter os seus sentidos e assumir as suas responsabilidades.
Deus nos criou
para sermos vitoriosos! Ele acredita em nós muito mais do que nós mesmos pois
sabe que pode fazer grandes obras através de nós. E Ele quer que experimentemos
este sentimento que brota da realização, do comprometimento e do sacrifício. Não
se pode ganhar um campeonato sem esforço, treino e dedicação. Não se pode
participar de um concerto sem se dedicar à música por anos. Não se pode
preparar uma pizza no sábado à noite sem sair do sofá. A alegria da vitória
está necessariamente relacionada ao sacrifício e ao tempo que você se dedica.
Para se
construir uma família também são necessários tempo e sacrifício. Uma pessoa que
se casou há um ano não pode experimentar a alegria do casal que celebra bodas
de ouro com a família reunida. A celebração das bodas de ouro é a celebração da
vitória! Foram cinquenta anos de dedicação e muito sacrifício. E somente
aqueles que resistirem por cinquenta anos poderão experimentar esta alegria. Só
será capaz de se sacrificar aquele que estiver comprometido. Aqueles que
estiverem buscando somente o prazer dos sentidos não poderão amar. O casamento
exige responsabilidade para além dos sentidos: é o “sim” na alegria e na
tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. É o sacrifício de permanecer
ao lado mesmo que não se sinta mais tão apaixonado pelo cônjuge. É o sacrifício
de levantar cedo e cumprir suas obrigações mesmo que não haja vontade e
disposição. É o sacrifício de dar atenção ao seu filho apesar do cansaço. É
assumir a responsabilidade de criar com dignidade os filhos que você colocou no
mundo, oferecendo a eles o mínimo que eles merecem e, ao mesmo tempo, o que
mais desejam neste mundo: uma família!
O que acontece
com quem não é capaz de assumir suas responsabilidades e honrar seus
compromissos, entregando-se aos prazeres do mundo? Torna-se um escravo que teme
a invalidez. Por mais bem tratado que seja um escravo, ele continua sendo um
escravo e não um filho. Serve o seu senhor e desfruta dos bens do patrão apenas
enquanto puder trabalhar. Se a doença ou a velhice o impedirem de trabalhar
para seu senhor, será dispensado. Aquele que vive sem compromisso teme o dia em
que nada mais poderá oferecer aos outros (beleza, dinheiro, saúde) porque sabe
que, neste dia, estará sozinho. Torna-se cada vez mais agarrado aos seus bens e
perturba-se com a ideia de perdê-los.
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