A
Santa Igreja nos ensina que o ato sexual tem duas finalidades indissociáveis:
unir o casal e procriar. Portanto, ter relações sexuais prevenindo-se através
de métodos contraceptivos não é moralmente aceito. Vejamos o que diz o
Catecismo da Igreja Católica, nos parágrafos 2369 e 2370:
“Salvaguardando esses dois aspectos essenciais,
unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor
mútuo e verdadeiro e sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a
paternidade.
A continência periódica, os métodos de regulação da
natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos
estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos
respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a
educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má
toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou
também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha,
como fim ou como meio, tornar impossível a procriação:
À linguagem nativa a recíproca doação total dos
cônjuges a contracepção impõe uma linguagem objetivamente contraditória, a do
não se doar ao outro. Deriva daqui não somente a recusa positiva de abertura à
vida, mas também uma falsificação da verdade interior do amor conjugal, chamado
a doar-se na totalidade pessoal. Esta diferença antropológica e moral entre a
contracepção e o recurso aos ritmos periódicos envolve duas concepções da
pessoa e da sexualidade humana irredutíveis entre si."
Aí
você, católico, casado, com a vida arrumadinha, programado para ter um filho
daqui um tempo, fica sabendo que a Igreja condena o uso de anticoncepcionais e
camisinhas e se entristece como o jovem rico: “Que droga! Preferia não ter ficado
sabendo disso!”. Mas o desejo de ser fiel a Deus é maior e aquilo não sai do
seu pensamento. O medo de abrir seu casamento para uma possível gravidez é
grande, afinal de contas, vocês pretendiam terminar algumas coisas antes e
preparar melhor a sua família para a chegada dos filhos. Então você começa a
pesquisar sobre o método Billings de ovulação e vai tomando coragem até que
largam de vez a pílula. E aí uma mágica acontece: seu coração passa a desejar
ardentemente uma gravidez!
É
incrível o que acontece com a nossa mente quando nos libertamos dos
contraceptivos. Quando fazemos uso deles, temos muito medo de engravidar e
achamos que temos o total controle sobre o momento de ter filhos, o que leva
casais a se desesperarem ao saber da notícia da gravidez “indesejada”. Mas
quando nos encorajamos a largar os contraceptivos, começamos a pensar que a
gravidez não é algo tão ruim. Passamos a avaliar a real possibilidade da gravidez
naquele momento (porque o medo do Billings não funcionar é muito grande!) e
vemos que nem seria tão ruim assim, que talvez já estivesse mesmo na hora.
Olha, eu não sei explicar muito bem o que acontece, só sei que é muito comum
que casais que não desejavam engravidar, ao deixar o anticoncepcional, passam a
desejar muito aquela gestação! E o Billings, que você pensou em usar para
evitar a gravidez, passa a ser usado para tentar engravidar.
Alguns
abrem seu coração para receber os filhos deixando o controle total nas mãos de
Deus, sem controlar os períodos de fertilidade, outros preferem usar o Billings
para espaçar ou restringir o número de filhos. Cada casal vai se descobrindo e
conhecendo a sua realidade e seus limites; o mais importante é a mudança que
acontece no coração: a doação total! O sexo não para no prazer, mas o casal se
une na responsabilidade de que um novo ser pode ser gerado a cada ato sexual. E
em cada relação, os esposos dão-se um novo sim: “eu estarei contigo para criar
esta criança, se Deus nos der essa bênção!”
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