Com
o desejo de em nada ofender a Deus, chega um momento que nos perguntamos: como
devo me vestir? O que me convém? Qual o tamanho da saia, posso usar legging,
posso ir de biquíni para a praia, qual o tamanho aceitável do decote?
Mas,
como em tudo, mais do que impor regras e limites para nós mesmas, o que deve
mudar é o nosso coração. Sabe aquela cena da Cinderela em que ela entra no
baile? Todos olham admirados para ela e se perguntam quem é a moça! O príncipe
a convida para dançar e se apaixona no primeiro olhar! Quem nunca sonhou em ser
a Cinderela? Chegar arrasando! Deus nos fez muito lindas e temos um desejo
natural de sermos admiradas pela nossa beleza e de chamar a atenção. E é justamente
esse desejo que deve ser mortificado. Devemos renunciar a toda vaidade, todo
desejo de chamar a atenção. A chave da modéstia consiste em desejar ser
discreta, invisível. Peçamos a Deus a graça de desejarmos ser invisíveis e não
chamar a atenção em nada, de estar bem na média de todos, ser apenas mais uma. E
isso também implica em não chamar a atenção pela feiura ao se vestir mal, mas
em ser igual à maioria. Para isso, um bom exercício é pensar em como as pessoas
estarão vestidas no local e tentar se vestir como elas para não chamar a
atenção.
Todo
o desejo de sensualidade também deve ser renunciado. Sabe aquela coisa de
vestir uma saia comprida que passa a ideia de moça de família, mas na hora que
senta tenta mostrar um pouco das belas pernas? Tiremos do nosso coração
qualquer desejo de ser sensual. Devemos esconder as partes mais belas e
sensuais do nosso corpo para não levar nossos irmãos ao pecado. Se tenho belas
pernas, evito saias curtas e roupas coladas. Se tenho belos seios, evito
decotes.
Fiquemos sempre
atentos ao risco de nos transformarmos em pessoas estranhas pelo modo de vestir
e agir. Como lembra o Papa Francisco, “lembremo-nos que a família de Jesus,
cheia de graça e sabedoria, não era vista como uma família estranha, como um
lar alheado e distante da gente. Por isso mesmo as pessoas sentiram dificuldade
em reconhecer a sabedoria de Jesus e diziam: De onde é que isto lhe vem? (...)
Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria? (Mc 6, 2.3). Não é ele o
filho do carpinteiro? (Mt 13, 55). Isto confirma que era uma família
simples, próxima de todos, integrada normalmente na povoação.”1.
Pensemos também na Virgem Maria, como ela se vestiria nos tempos atuais? Ela,
que é nosso modelo de pureza e simplicidade, nosso modelo de mulher, de mãe e de
esposa?
O
mais importante é cultivarmos esses pensamentos em nosso coração. Peçamos a Deus
a graça de sermos como Maria. Peçamos a intercessão da Virgem para cultivarmos
as virtudes da pureza, da simplicidade e da modéstia. Renunciemos a todo
espírito de sensualidade e de querer chamar a atenção. E com o coração transformado,
saberemos o que vestir!
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1. PAPA
FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós Sinodal Amoris Laetitia. Parágrafo 182.
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