“Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor.” (Ef 6, 4)
Sempre
tive vontade de escrever dicas ou relatar experiências que davam certo
na criação dos nossos filhos, mas nunca me vinha uma inspiração. Eu
pensava: criar os filhos é complexo demais para simplificar em dicas do
tipo: quando acontecer isso, faça assim! Até que me veio uma inspiração e
decidi escrever. Organizei a ideia em três dicas:
1. Não ter medo de agir;
2. Ouvir a opinião do seu cônjuge;
3. Ter coragem de mudar!
1. Não ter medo de agir
Isso significa agir pela intuição, confiando em Deus que ilumina nossos pensamentos pela ação do Espírito Santo!
Por
exemplo: a criança começa a chorar ou fazer coisas irritantes e você
acredita, naquele momento, que ela está passando dos limites, está sendo
malcriada. Então é hora de agir, repreender! Como? Com um puxão de
orelha, castigo, palmada... não sei. Da forma que lhe vier à mente na
hora. E é melhor que não haja ameaças nem explicações, simplesmente tome
uma atitude. Depois da punição, provavelmente a criança vai ficar um
doce. Muito amável, arrependida, mendigando o seu amor. Nesse momento,
eu recomendo que você não retome o assunto, não torture a criança pela
sua atitude errada, afinal, todos nós erramos! Ela já recebeu a sua
punição, já se arrependeu e quer o seu carinho, o seu apoio, o seu amor.
Se você a acolhe, isso a deixa segura pois ela tem a certeza de que
você não deixou de amá-la apesar de ter feito algo errado. É assim que
Deus faz conosco! Está sempre de braços abertos para nos acolher quando
nos arrependemos. Quem nos tortura, lembrando-nos dos nossos erros, é o
demônio, que coloca em nós o sentimento de culpa.
Se
depois de algum tempo você achar que agiu errado, que a criança
realmente estava precisando de ajuda e você é que já estava irritado,
peça desculpas à criança, perdão a Deus e siga em frente! Sem medo de
repreender, sem medo de errar novamente pois Cristo nos ensinou o
caminho da paz que é construído no perdão.
O
contrário também vale. Às vezes endurecemos o nosso coração para não
deixar a criança mimada, mas quando você se compadecer da criança, não
tenha medo de pegá-la no colo, dar carinho e atenção. Se perceber que
era apenas um teatro e a criança estava somente querendo chamar a
atenção, mude de postura! Sem brigar, tire-a do colo, ignore-a, deixe-a
chorar... siga o que o seu coração está dizendo. E não tenha medo de
acolhê-la em outro momento, quando novamente você achar que ela precisa
da sua atenção. Não feche seu coração para dar carinho e amor, não tenha
medo de errar de novo!
Em
todas as situações o seu coração vai mostrar o caminho. Normalmente,
agindo pela sua intuição, você vai acertar! Haverá momentos em que o
cansaço do longo dia de trabalho fará você errar com a criança, ser
injusto, mas serão exceções e basta você pedir desculpas à criança e
confiar na misericórdia de Deus.
2. Ouvir a opinião do seu cônjuge.
É
muito importante que haja uma conversa franca entre os cônjuges quando
as crianças não estão por perto. A relação do casal precisa permitir que
se fale: “Achei que você agiu errado em tal situação.” Essa não é uma
conversa fácil, muitas vezes há brigas, choro, nem sempre ambos estão de
acordo, mas são nessas situações que o casal tem a oportunidade de
refletir e mudar.
Quando
você não está se sentindo bem devido a alguma atitude que tomou com a
criança ou se ainda não conseguiu entender se agiu certo ou errado,
pergunte a opinião do seu cônjuge. Dê abertura para que ele seja franco
com você. Às vezes você está cheio de culpa e, ao se abrir com seu
cônjuge ele pode falar que achou certo o que você fez e isso nos liberta
da culpa e nos encoraja, nos dá ânimo para continuar! Também vai
acontecer do seu cônjuge falar que você agiu mal ou que anda mimando
demais as crianças. Conversem muito sobre seus filhos, pois se as coisas
não estão indo bem, é hora de mudar. E essa mudança é contínua. Uma
hora tem que pegar um pouco mais pesado, outra hora tem que pegar mais
leve, deixa-los mais à vontade, dar mais carinho. Certamente não chegará
o momento em que vocês dirão: “Agora está pronto! Conseguimos!”. Vocês
estarão mudando constantemente e, pela graça de Deus, saberão como agir.
Nessas
horas o demônio tenta fazer dos cônjuges inimigos, enchendo o nosso
coração de raiva. Acredito que ele faça isso justamente para impedir que
os cônjuges tenham essas conversas porque ele sabe o quanto elas são
importantes e ajudam a família. Se fosse para resumir meu artigo em uma
única dica, certamente seria: “Ouça a opinião do seu cônjuge!”
Precisamos lembrar sempre que os cônjuges são aliados e tem a mesma
missão! Deus não quis deixar uma responsabilidade tão grande para uma
pessoa apenas. É uma bênção ter alguém do nosso lado para compartilhar
as dificuldades, para pedir ajuda e conselhos! Nossos cônjuges são uma
bênção de Deus e estão ao nosso lado para nos ajudar! Eles querem o
melhor para o seu filho tanto quanto você.
3. Ter coragem de mudar!
Ter
coragem de mudar significa assumir que você errou! Por isso é preciso
coragem, muita coragem para assumir os erros e tentar fazer diferente.
O perdão na família: o segredo da paz!
Precisamos
perdoar e pedir perdão! Só o perdão liberta o nosso coração do medo de
repreender o filho, do medo de ter uma conversa franca com o cônjuge. Só
o perdão liberta o nosso coração do medo de errar.
Às
vezes temos tanto medo de errar que nos acovardamos, passamos a ter
medo de agir, nos sentimos confusos, inseguros e assustados. Isso porque
não sabemos como agir depois do erro e, muitas vezes, preferimos até
persistir no erro para não admitir que erramos. Mas quando a gente se
acostuma a pedir desculpas, tudo fica mais fácil! E na família
precisamos ser francos, precisamos nos permitir errar e entender que o
outro também erra, precisamos pedir e dar o nosso perdão, pois só assim a
família progride, melhora e se santifica. É preciso confiar na
misericórdia de Deus para que o fardo não se
torne
pesado demais! Nosso Senhor é misericordioso, sempre nos perdoa e quer
que assumamos com coragem essa tarefa que Ele confiou exclusivamente a
nós, pais!
Educar
os filhos é uma tarefa impossível sem a ajuda de Deus. Somente pela
ação do Espírito Santo podemos sair da escuridão e enxergar as soluções.
Precisamos rezar e pedir a ajuda do alto. O demônio nos assusta e nos
amedronta, principalmente quando erramos. Mas é preciso ter coragem!
Mesmo sabendo das nossas limitações, Deus confiou a nós, pais, esta
missão. Ele quer que façamos com coragem, ousadia e disposição.
Em
um momento em que me senti muito desanimada e incapaz, Deus me falou:
“Olhe para os seus filhos! Você é a mãe que eles tem! Não tem outra. Com
todos os seus defeitos e as suas limitações, eu escolhi você. E não
existe ninguém melhor do que você para educa-los porque não existe
ninguém que os ame mais. Coragem, pois essa missão é sua e Eu ajudarei
você!”
Que palavras encorajadoras para nós mães principalmente, aprendermos agir com sabedoria..
ResponderExcluirAmém! Que Deus nos dê muita sabedoria!
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